Besouro Mangangá era filho de Maria José e João Matos Pereira,
nascido em 1895 segundo o documento relativo à sua expulsão ou em 1900 para o
documento relativo à sua morte[2],
era natural do recôncavo baiano e viveu naquela região em um
período que suas principais cidades: Santo Amaro, São Félix e Cachoeira tinham importante papel no cenário
produtivo como polos de intermediação das mercadorias que iam e chegavam do sertão baiano[3].
Manoel
Henrique que, desde cedo, aprendeu os segredos da capoeira com o Mestre Alípio
foi batizado como Besouro Mangangá
por causa da crença de muitos que diziam que quando ele entrava em alguma
embrulhada e o número de inimigos era grande demais, sendo impossível
vencê-los, então ele se transformava em besouro e saía voando[4][5].
Várias lendas surgiram em torno de Besouro para justificar de seus feitos, a
principal atribui-lhe o “corpo fechado” e que balas e punhais não podiam
feri-lo. Devido aos seus supostos poderes Besouro Mangangá tornou-se um
personagem mitológico
para os praticantes da capoeira, tendo sua identidade relacionada aos
valentões, capadócios, bambas e malandros.
Especula-se
que não gostava da polícia e que teria praticado de vários confrontos com as
força policiais, às vezes levando vantagem nos embates, porém, segundo Antonio
Liberac Cardoso Simões Pires[6]:
“Suas práticas não podem ser associadas ao banditismo, pois Besouro sempre se
caracterizou como um trabalhador por toda sua vida, nunca sendo preso por
roubo, furto ou atividade criminal comum. Suas prisões foram relacionadas às
ações contra a polícia, principalmente no período em que esteve no exército”.
Algumas documentações históricas registram os confrontos entre Besouro Mangangá
e a polícia,
como o ocorrido em 1918, no qual Besouro teria se dirigido a uma delegacia
policial no bairro de São Caetano, em Salvador, para recuperar um berimbau
que pertencia ao seu grupo. Com a recusa do agente em devolver o objeto
apreendido, Besouro partiu para o ataque com ajuda de alguns companheiros. Eles
não coseguiram recuperar o berimbau desejado, pois foram vencidos pelos
policiais, ao quais receberam ajuda de um grupo de moradores locais.
Aos dez dias de setembro de mil novecentos e
dezoito,
nesta capital do estado da Bahia (...) Argeu
Cláudio de Souza,
com vinte e três anos de idade, solteiro, natural
deste estado,
praça do primeiro batalhão da brigada policial
(...)
foi interrogado pelo doutor delegado que lhe
perguntou o seguinte:
como foi feita a agressão de que foi vítima no
posto policial
de São Caetano? (...) Ali apareceu um indivíduo mal
trajado,
e encostando-se a janela central do referido posto,
durante uns cinco minutos, em atitude de quem
observava alguma coisa,
que decorrido este tempo, o dito indivíduo
interpelando o respondente,
pediu-lhe um berimbau que se achava exposto
juntamente com armas apreendidas...
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