Capoeira de Angola ou
somente Angola é o
estilo de capoeira mais próximo
de como os negros escravos jogavam a capoeira.
Caracterizada por ser mais lenta, porém rápida, movimentos furtivos executados
perto do solo, como em cima, ela enfatiza as tradições da capoeira, que em sua
raiz está ligada aos rituais afro-brasileiros, caracterizados pelo candomblé. Sua música é
cadenciada, orgânica e ritualizada e o correto é estar sempre acompanhada por uma
bateria completa de oito instrumentos, chamada de bateria de Angola. [1]
É uma manifestação da cultura popular brasileira
onde coexistem aspectos normalmente compreendidos de forma segmentada pela
cultura que se fez oficial, como o jogo, a dança, a mímica, a luta e a
ancestralidade, unidas de forma coesa, simples e sintética. Possui suas origens
em elementos da cultura de vários matizes de povos africanos que foram
escravizados e mantidos em cativeiro no Brasil no século XIX, sincretizados com elementos de culturas nativas
(povos indígenas) e de origem europeia.
Desde um início de sua formação até os dias de
hoje, a capoeira diferenciaram-se em diferentes "estilos", cada
marcado por suas visões próprias, hábitos específicos e interações com a
cultura local de cada região. Atualmente, essas diferentes leituras acerca da
capoeira estão manifestas através da prática dos diferentes grupos e declaradas
em duas principais vertentes: a capoeira de Angola, que possui como referência Mestre Pastinha, e a capoeira regional, que tem como seu principal personagem Mestre Bimba.
A capoeira Angola, diferencia-se da luta regional baiana de
Mestre Bimba por possuir maior ênfase em características como o jogo, a
brincadeira e a busca pela ancestralidade, possuindo em regra movimentos mais
lentos, rasteiros e lúdicos. Na "roda
de Angola" coexistem diferentes estéticas relativas aos seus diversos
grupos e a individualidade de cada "Ang
oleiro", onde o objetivo é a busca intensiva e recíproca pelo
"as", dentro dos
fundamentos da arte.
A capoeira Angola não tem uma data definida em que
teria sido criada, nem uma pessoa a quem possamos atribuir com certeza a sua
criação. Apesar disto, sempre que falamos de capoeira Angola temos o nome de
Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha, 1889 -1981)
associado a ela. Pastinha foi um grande defensor da capoeira Angola,
divulgando-a e introduzindo-a na sociedade de um modo geral, fazendo, assim,
com que a capoeira deixasse de ser vista tão somente como uma luta marginalizada praticada por vândalos e arruaceiros, ao mesmo tempo em que criava a
primeira escola de capoeira angola criada no Brasil.
Pastinha defendia arduamente a capoeira Angola, e
pretendia, assim, fazer com que esta mantivesse sua força, não perdendo suas
principais características. Para isto, divulgou a capoeira até onde pôde e como
pode: fez muitas viagens ao exterior, inclusive para África, como principal
representante da capoeira. Pastinha também formou muitos alunos, garantindo,
assim, o futuro da capoeira angola.
Atualmente, existem algumas associações que
representam exclusivamente a capoeira Angola e buscam, principalmente, resgatar
as antigas tradições da Angola, já que não só ela, mas a capoeira no geral
evoluiu e hoje em dia apresenta diferenças próprias da renovação das tradições.
Graças ao esforço de muitos Mestres e pessoas
envolvidas com a capoeira.
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